Advogado acusado de ser membro de facção, atuar com jogo do bicho e lavagem de dinheiro é absolvido

A Justiça do Ceará decidiu absolver o advogado Leonardo Aragão Bernardo, acusado de crimes como integrar e financiar organização criminosa, lavagem de dinheiro, extorsão e ainda a contravenção penal relacionada à prática do jogo do bicho.

Leonardo foi um dos alvos da 'Operação Saturnália' , deflagrada pela Polícia Civil do Ceará para desarticular o esquema de monopólio do jogo do bicho ligado à facção carioca Comando Vermelho (CV). No último mês de setembro, empresários alvos da mesma operação já tinham sido absolvidos após a anulação das provas colhidas na fase investigatória.

O processo principal segue em segredo de Justiça. No entanto, a reportagem apurou que a absolvição teve como base o fato de os juízes consideraram improcedente a denúncia e afirmarem não existir prova suficiente para a condenação do advogado, anteriormente acusado de se valer da função para levar e trazer recados entre detentos da facção criminosa.

"Quanto aos bens apreendidos no processo, aguarde-se a manifestação do interessado. Transcorrido o prazo sem manifestação, voltem os autos conclusos para decisão quanto a destinação daqueles que eventualmente ainda permaneçam apreendidos"

O advogado Kaio Castro, que representa a defesa de Leonardo, disse que "comemora o resultado ainda em primeira instância, pois a investigação seletiva e sem contraditório tentou misturar pessoal e profissional do advogado, mas a sua inocência sempre foi evidente. A absolvição de todas as acusações resgata a honra e a dignidade deste competente advogado".

MONOPÓLIO DO JOGO DO BICHO

Conforme a acusação, o advogado "integra a organização criminosa armada Comando Vermelho, pois, além de financiá-la, aliou-se à organização, de modo duradouro, com nítida divisão de tarefas, ditando ordens para a facção acerca de onde deveria haver atuação dos membros do Comando Vermelho para fechamento de estabelecimentos, atos de violência, subtração de equipamentos e incêndios, exercendo função específica e lucrando com as ações perpetradas pela facção".

O Ministério Público do Ceará (MPCE) destacou que 'salves' foram divulgados determinando que todas as empresas interrompessem suas atividades, já que só poderiam continuar funcionando a Loteria Do Povo e "todos aqueles que quisessem permanecer nas atividades deveriam migrar para o grupo indicado, sob ameaça de, entre outras, tocar fogo nas sedes das Loterias que desobedecessem às ordens".

Fonte: DN

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