Mais de 1,7 mil desaparecimentos foram registrados pela polícia cearense em 2022

A Polícia Civil do Ceará (PC-CE) registrou 1.704 Boletins de Ocorrência (BOs) por desaparecimentos, entre janeiro e outubro deste ano. O que representa uma média de 170 pessoas desaparecidas por mês ou 5, por dia, em território cearense.

Os desaparecimentos de três adolescentes, em dois casos registrados já neste mês de novembro, comoveram a população cearense. Um deles teve um final feliz: duas jovens voltaram para casa, no bairro São João do Tauape. Mas o outro teve um desfecho oposto: um garoto também de 12 anos foi encontrado morto, no Barroso.

Conforme dados da Polícia Civil, no ano inteiro de 2021, foram registrados 1.749 desaparecimentos no Ceará. E de janeiro a dezembro de 2020, a Instituição registrou 1.622 casos de pessoas desaparecidas.

Na média mensal, o quantitativo do ano corrente (170 desaparecimentos por mês) é superior aos dois últimos anos – que tiveram 145 desaparecimentos por mês em 2021 e 135 registros, durante o ano de 2020.

A Polícia Civil do Ceará orienta a população que “em caso de desaparecimento de um familiar ou conhecido, a população deve registrar de imediato um Boletim de Ocorrência (B.O) em uma delegacia, sem a necessidade de ter que aguardar 24 horas do sumiço”.

É ideal que o noticiante detalhe o máximo de informações sobre a pessoa desaparecida, por exemplo, roupa que vestia, último local em que foi visto, redes sociais e etc. Todas as informações auxiliarão nas investigações.”

A 12ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) é a unidade da Polícia Civil responsável por investigar desaparecimentos. A Delegacia mantém um perfil na rede social Instagram (@desaparecidosdhppce), no qual divulga imagens de pessoas desaparecidas e encontradas.

MAIS DE 800 PESSOAS LOCALIZADAS NESTE ANO

Em contrapartida, o ano de 2022 também tem a maior média mensal (e até números absolutos, mesmo com o ano incompleto) de localizações de pessoas desaparecidas, na comparação com os dois últimos anos.

Segundo as estatísticas da Polícia Civil do Ceará, 830 pessoas que estavam sumidas foram encontradas, de janeiro a outubro do ano corrente. O que significa uma média mensal de 83 pessoas localizadas.

Em todo o ano de 2021, 754 pessoas foram localizadas – ou seja, 62 pessoas por mês, em média. E de janeiro a dezembro de 2020, 805 pessoas foram encontradas – 67 por mês, em média.

A PC-CE ressalta que “a população pode contribuir com as investigações repassando informações que auxiliem os trabalhos policiais. As denúncias podem ser feitas para o telefone (85) 3257-4807, do DHPP, que também é o WhatsApp do Departamento”.

As informações também podem ser encaminhadas para o número 181, o Disque-Denúncia da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), ou para o (85) 3101-0181, que é o número de WhatsApp, por onde podem ser feitas denúncias via mensagem, áudio, vídeo e fotografia. O sigilo e o anonimato são garantidos.”

ADOLESCENTES DESAPARECERAM EM NOVEMBRO

Três adolescentes desapareceram, em dois episódios registrados em Fortaleza, neste mês de novembro, em dias próximos. Os casos foram divulgados publicamente pelas famílias, o que sensibilizou a população fortalezense.

Duas amigas, de 12 e 15 anos de idade, voltaram para as suas casas, no bairro São João do Tauape, no último dia 19 de novembro, após 3 dias desaparecidas. A motivação do sumiço das adolescentes não foi explicada pela família e pela Polícia Civil, até a publicação desta matéria.

As jovens iam para a escola, mas não chegaram lá. Uma amiga delas afirmou à Polícia que esteve com elas na Praia dos Crush, na Capital. Uma das adolescentes desaparecidas iria encontrar o namorado.

Já Cleidson Lima de Sousa, 12, não conseguiu voltar para casa. O corpo do adolescente foi encontrado dentro de um canal, no bairro Barroso, no dia 16 deste mês, 3 dias depois de sair de casa para brincar nas proximidades.

O corpo já estava em estado de decomposição avançada, e a identificação foi feita pela Perícia Forense do Ceará (Pefoce) a partir de um exame de comparação de arcada dentária.

A causa da morte ainda não foi revelada pelos investigadores. Mas a família de Cleiton acredita que ele tenha sofrido um choque elétrico.

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