Educação como força transformadora: do reforço escolar à prática de esportes, policiais militares levam novas perspectivas para a comunidade

Dentre as coisas que sempre podemos levar conosco, algumas delas são o conhecimento, o respeito e a busca por dias melhores. Tudo isso pode ser compartilhado por meio da educação, que é capaz de abrir caminhos, apresentar novas possibilidades e ser uma força ativa na mudança de vida de muitos jovens. Foi sonhando em transformar essas vidas, que os profissionais do 17° Batalhão da Polícia Militar do Ceará (PMCE) desenvolveram projetos que reforçam a importância do ensino, do respeito e da cultura de paz.

Atuando nos bairros Conjunto Ceará e Bom Jardim, na Área Integrada de Segurança 2 (AIS 2), o objetivo dos projetos é criar uma maior aproximação com a comunidade e oferecer um futuro melhor para as crianças e adolescentes que moram na região. É justamente por acreditar que a educação transforma, que a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), neste mês de outubro, em alusão ao Dia do Professor, apresenta as ações de mudança social realizadas por profissionais de segurança do Ceará.

Educação como forma de cultivar novas realidades

Quando adolescente, o sonho da Marina Rodrigues era ser policial militar. Em um primeiro momento, os caminhos a levaram para a pedagogia, profissão que fez o encanto por ensinar surgir. Com a dedicação de toda professora, Marina se viu conquistando também o sonho de proteger a população cearense. “Logo quando eu entrei na 2ª Companhia do 17º BPM, que é um batalhão engajado com projetos sociais e tem como foco lidar com o público diretamente dentro das comunidades, pensamos em aproveitar minha formação pedagógica e começar um projeto de reforço escolar”, contou ela.

E foi assim que, em junho de 2023, surgiu o projeto “Educação e Paz”, em um residencial no Grande Bom Jardim, em Fortaleza. Presente na comunidade, onde os desafios são constantes, o papel de pessoas como a “Tia Marina”, como é comumente chamada, vai além de combater o crime. Ela também combate as poucas oportunidades, mostrando que uma simples atitude pode mudar o futuro de muita gente.

“É um trabalho bem desafiador e enriquecedor, tanto por ser policial militar, como por ser professora. No projeto, nós mantemos contato direto com a comunidade e essa aproximação ajuda a reformular a ideia de que a Polícia Militar é um órgão distante da população”, relata a professora.

As crianças e os adolescentes que estudam do 1° ao 9° ano do ensino fundamental são atendidos com aulas três vezes na semana, nos turnos da manhã e da tarde. “Em média, são cerca de 40 crianças e adolescentes que participam do projeto. Com idades de 6 a 13 anos, em sua maioria. Oferecemos reforço de todas as matérias, com apoio nas atividades escolares diárias, na leitura e na escrita também”, concluiu.

Para Caroline Paiva, que tem 11 anos, e está no 6° ano do ensino fundamental, o reforço escolar possibilitado de forma gratuita pela PMCE, tem transformado sua realidade e trazido bons resultados na escola. “O projeto é bom para as pessoas que não tem condições de pagar um reforço particular. Eu melhorei em matemática, nas atividades, na minha leitura, em quase todas as coisas da escola”, conta a menina, que destaca com determinação que seu sonho, que agora pode ser reforçado com a ajuda nos estudos, é “se formar e virar doutora”.

Para todos que buscam na educação, um novo caminho

Não são apenas crianças e adolescentes que são ensinados pela professora Marina. Em algumas aulas, temos a senhora Venerinda Ferreira, de 63 anos, que iniciou na Educação de Jovens e Adultos (EJA) há poucas semanas e pediu para participar do projeto, pois estava tendo muita dificuldade. “Aprender a ler é um sonho meu. Eu sempre achei muito interessante a pessoa chegar nos locais e saber ler uma placa, saber ler uma informação”, comenta ela, agradecendo a paciência da professora e indicando que está animada para logo conseguir ler suas primeiras frases.

A entrada do projeto nessa região, que é considerada vulnerável, traz para a soldado uma sensação de busca por equidade e igualdade. “Nós sabemos que esse é um trabalho lento, mas que devemos manter na ativa para poder garantir um futuro justo para essas crianças. Se nós observarmos pelo lado real, se tivermos um olhar mais humano, a gente vai ver a transformação que é possível fazer na vida dessas crianças. Nós trazemos para o local que eles vivem, novas possibilidades”, reflete ‘Tia Marina’.

Fonte: PMCE

 

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