Exatamente cinco anos após o crime, começam a ser julgados nesta quarta-feira, 23, seis homens acusados de participação na mortes de três policiais militares no bairro Vila Manoel Sátiro. Em 23 de agosto de 2018, foram assassinados o 2º tenente Antonio César de Oliveira Gomes, de 50 anos, o sargento João Augusto de Lima, de 58 anos, e o subtenente Sanderley Cavalcante Sampaio, de 46 anos.Irão a julgamento: Fabiano Cavalcante da Silva, Raimundo Costa Silveira Neto, Waldiney de Melo Lima, Lucas Oliveira da Silva, Charlesson de Araújo Souza e Francisco Wellington Almeida da Silva.
Apenas os quatro primeiros serão julgados por homicídio. Fabiano, Raimundo e Waldiney, que estavam presos à época, são acusados de serem os mandantes do crime. Lucas teria participado da ação criminosa. Já Charlesson e Francisco Wellington serão julgados, respectivamente, por ter dado fuga a Lucas e por posse de uma mira laser e munições de pistolas. Nenhum deles é apontado como executor direto do crime.
O julgamento tem previsão inicial de durar três dias, o que faria do caso o segundo júri popular mais longo da história do Estado. Conforme o Ministério Público Estadual (MPCE), os três policiais foram assassinados em retaliação à morte de Thalys Constantino de Alencar, ocorrida um dia antes do triplo homicídio, em 22 de agosto de 2018, também na Vila Manoel Sátiro. Leia mais Tenente da reserva morto na Vila Manoel Sátiro deixa sete filhos Clima de medo entre familiares marca enterro de policial morto na Vila Manoel Sátiro; veja vídeo
Os acusados, que seriam integrantes da facção criminosa Guardiões do Estado (GDE), acreditavam que o crime havia sido cometido por PMs e, por isso, teriam decidido se vingar ao matar qualquer policial que encontrassem.
“Logo ao chegarem, parte dos infratores desembarcou e, sem qualquer aviso ou discussão, passou a desferir uma saraivada de disparos de arma de fogo em direção às vítimas, sem lhes dar chance de fuga ou mesmo de esboçar qualquer reação”, diz a denúncia. Nenhum dos PMs estava de serviço, sendo que Antonio César e João Augusto já haviam entrado na Reserva Remunerada.