3° dia do ENERP discute sobre impactos da desigualdade de gênero no acesso e desempenho da carreira militar

No 3° dia 15º Encontro Nacional de Entidades Representativas de Praças (Enerp) que ocorre na Assembleia Legislativa de Roraima, teve como tema destaque “Os impactos da desigualdade de gênero no acesso e desempenho da carreira militar” foi o tema central da primeira parte do evento e teve o intuito de refletir um assunto que, até pouco tempo, não era discutido dentro das instituições militares, conforme a ministrante, coronel Camila Paiva, primeira oficial feminina do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas.

"Dizem os antropólogos que a humanidade tem 2 milhões e quinhentos anos, para essa humanidade existir foi certamente uma mulher que pariu como disse a Tenente Elizangela...É uma vergonha nesse país Eliabe nos estamos com a média de 30 anos, 3 décadas com a mulher incorporada nessas duas instituições e se quer ter um banheiro dedicado a elas" afirmou P.Queiroz em sua falar no 3° dia do ENERP

O diretor Presidente da Aspramece lembrou que pelos dados do IBGE o Brasil tem 6 milhões a mais de mulheres do que homens, destacando que é uma situação cultural, e que dentro dos efetivos da PM e do BM no Brasil somente 13% são mulheres, como revelado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostrando que o tema também foi tratado durante o XIII ENERP em Santa Catarina.

“Essa discussão é importantíssima, justamente para a gente saber como é que essas desigualdades e estereótipos de gênero vêm a contribuir positiva e negativamente para o desempenho da atividade militar. Como é que nós, enquanto profissionais de segurança pública, podemos minimizar essas desigualdades e buscar uma prestação de serviço de excelência para a nossa população?”, questionou a oficial, acrescentando que só é possível alcançar tais objetivos se as mulheres também tiverem um tratamento digno, respeitoso e com as mesmas oportunidades e direitos dentro da corporação.

Ainda segundo a coronel, o fato de o número de mulheres dentro desses órgãos ainda ser visivelmente menor, é um reflexo da realidade de que, por anos, a elas não foi dada a oportunidade de ocupar esses espaços – apenas em 2002, foi autorizada a participação feminina em concurso público para a área no estado de Alagoas.

Balanço

O presidente da Anaspra, Marco Prisco Machado, avaliou o encontro como proveitoso e destacou que as expectativas foram superadas

“Saíram daqui muitas informações e propostas, inclusive PEC [proposta de emenda à Constituição] do duplo vínculo aqui no Estado. Vários deputados se comprometeram a dar celeridade a isso, que é muito importante. O senador Davi Alcolumbre também se fez presente e abriu uma porta de diálogo e de agenda com ele lá em Brasília. Foi um grande evento e saímos daqui fortalecidos. Quero agradecer, em nome de todo mundo, o presidente da ALE-RR, Soldado Sampaio. Sem ele, nada disso aqui teria acontecido”, concluiu.

Para a presidente da Associação de Policiais e Bombeiros Militares de Roraima, sargento Quésia Barreiro Mendonça, a reunião possibilitou a abertura de novos horizontes para ambas as classes.

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