Polícia investiga ameaças de facção a vendedores de água de coco e bebidas na Beira-Mar, em Fortaleza

Uma facção criminosa estaria tentando regular a venda de água de coco e de outras bebidas, a partir de ameaças a comerciantes, na Beira-Mar, em Fortaleza. A Polícia Civil do Ceará (PCCE) investiga o caso. Dois suspeitos de integrar organização criminosa e cometer extorsões foram detidos, na tarde desta terça-feira (19), em uma operação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), com o apoio do Departamento de Inteligência Policial (DIP), da Polícia Civil.

A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) confirmou, por nota, que a Polícia Civil "apura informações sobre ameaças a permissionários, que teriam ocorrido nesse domingo (17), no bairro Meireles, Área Integrada de Segurança 1 (AIS 1) de Fortaleza".

Os suspeitos de integrar a facção criminosa e cometer as extorsões aos vendedores de água de coco e outras bebidas, na Beira-Mar, foram levados à sede da Draco, da Polícia Civil.

A reportagem apurou, com fontes da Polícia, que a dupla integra um grupo criminoso que estaria dando ordens aos comerciantes para comprar coco e bebidas de fornecedores específicos - associados ao crime organizado.
Conforme as investigações, as ameaças são atribuídas à facção criminosa carioca Comando Vermelho (CV) - que também tentou regular o mercado de provedores de internet no Ceará, neste ano, a partir de ameaças, extorsões e ataques criminosos.

As ameaças estariam sendo feitas em um grupo do aplicativo WhatsApp, no qual os permissionários foram adicionados. Em uma mensagem, um homem identificado como 'Netão Marley' avisa que "não será permitido a saída do grupo" e "se for trocar de número, chega em mim ou no PH pra tar colocando no grupo, pois nada vai passar despercebido, beleza?".

"Não desrespeitar as regras, viu?! Para não serem punidos", conclui 'Netão Marley', na mensagem.
O Diário do Nordeste esteve na Beira-Mar, na tarde desta terça-feira (19), e tentou conversar com vendedores de água de coco e outras bebidas sobre as denúncias. Entretanto, todos os seis vendedores ouvidos informaram desconhecer as ameaças.

Em agosto de 2024, a facção Comando Vermelho já teria dado ordens a trabalhadores que atuam na Beira-Mar. Na ocasião, criminosos teriam ordenado que comerciantes fechassem os estabelecimentos, em retaliação ao Estado, pela morte de um traficante em uma ação policial. Um suspeito foi preso em flagrante, mas foi solto depois de quatro meses, em razão da Justiça Estadual ter entendido que houve "excesso de prazo na formação da culpa".

Policiamento reforçado

As ameaças aos comerciantes teriam ocorrido, principalmente, no último domingo (17), o que motivou o reforço do policiamento na região, nos dias seguintes.

Em nota enviada nesta terça (19), a SSPDS garantiu que "o policiamento da área, sob a responsabilidade do Batalhão de Policiamento Turístico (BPTur) da Polícia Militar do Ceará (PMCE), foi reforçado. A região conta também com o apoio de equipes do 8º Batalhão Policial Militar (8º BPM), da Força Tática (FT), do Comando de Policiamento de Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas (CPRaio), do Comando de Policiamento de Choque (CPChoque) e do motopatrulhamento".

A Secretaria da Segurança ressaltou que "a população pode contribuir com as investigações repassando informações que auxiliem os trabalhos policiais. As informações podem ser direcionadas para o número 181, o Disque-Denúncia da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS)".

Fonte: DN 

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