Mais de 9 mil policiais já foram afastados por suspeita de Covid-19 e mais de 24 morreram pela doença no CE

A pandemia de Covid-19 também afeta as tropas policiais do Ceará, que continuam nas ruas para manter a segurança da população. Segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), desde o início da pandemia, 9.033 policiais civis e militares já foram afastados do serviço por suspeita de estarem contaminados pelo vírus. E 24 policiais morreram pela doença.

Os dados compreendem o período de 11 de março de 2020 a 5 de março de 2021. Entre o número total de afastados (tanto agentes que testaram positivos para Covid-19 como suspeitas que não se confirmaram), estão 7.295 policiais militares e 1.738 policiais civis. Já entre os profissionais que morreram pela doença, estão 16 PMs e oito policiais civis.

Ainda segundo a SSPDS, na noite da última terça-feira (9), as duas tropas estavam desfalcadas de 415 agentes afastados sob licença médica, sendo 208 policiais militares e 207 policiais civis. O Estado vivencia a segunda onda de Covid-19, o que levou ao decreto de lockdown (medidas rígidas de isolamento social) em Fortaleza e em outros municípios. Na primeira onda da pandemia, as polícias Civil e Militar acumularam 2 mil agentes afastados pela doença.

A Aspramece lembra que esse número divulgado pela SSPDS, são somente dos policiais da ativa, se contar com os da reserva esse número aumenta consideravelmente, já que a doença afeta principalmente pessoas com mais idades ou comorbidades.

O Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Ceará (Sinpol-CE) destacou, em nota, que, somente nos últimos dez dias, quatro policiais civis morreram com Covid-19, sendo três da ativa.

"O risco de contaminação é grande, tanto para os policiais que trabalham nas DPs, quanto para os cidadãos que necessitam dos serviços de Polícia Judiciária. Somente em uma delegacia, o 33º Distrito Policial (Goiabeiras), três policiais estão internados gravemente em hospitais públicos ou privados", revela o Sinpol-CE.

Policiais reclamam

Policiais civis e militares relataram à reportagem as dificuldades trazidas pela redução do efetivo, devido aos afastamentos por suspeita de Covid-19, e reclamaram da falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) distribuídos pela SSPDS e pelas instituições vinculadas.

Sobre a falta de EPIs, o PM afirma que "máscaras cada um (policial) tem a sua. O pessoal passou da fase de depender de descartáveis. Se alguma unidade distribui com frequência, não tenho conhecimento. Cada um compra a sua. Mas material de uso cético coletivo tem. A gente orienta o efetivo para se prevenir, diminuir a exposição dentro do possível, mas sabemos que não há um controle".

Já um delegado da Polícia Civil do Ceará (PCCE), que também não será identificado, comenta que várias delegacias estão desfalcadas de policiais civis. Segundo ele, na primeira onda de Covid-19, chegaram máscaras e álcool em gel na Unidade em que ele trabalha, mas, desta vez, na segunda onda, não chegaram os EPIs. "Estou comprando material de limpeza do meu bolso", pontua.

Fonte: Diário do Nordeste

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