Autores da chacina na Barra do Ceará usaram fuzil e pistolas para executar vítimas

A chacina na Barra do Ceará, ocorrida na noite dessa terça-feira (6), foi mais um crime bárbaro motivado pela guerra entre facções criminosas. O Diário do Nordeste apurou que os criminosos envolvidos no ataque usaram pistolas e armas longas, incluindo um fuzil de calibre 5.56. Além das munições de pistola, 15 cápsulas deflagradas deste tipo de arma foram recolhidas no local da matança.

Dentre os três adultos presos, um deles já tinha antecedentes criminais e é apontado como autor de uma tentativa de chacina ocorrida no fim do ano de 2023, na mesma região do campo de futebol onde as quatro vítimas foram assassinadas nesta semana, além de ser investigado pela morte do ex-policial militar em 2024 no Pirambu e responder pelo crime de receptação.

Na versão dos suspeitos presos, eles não participavam da chacina e nem pertenciam a qualquer facção, mas estavam armados prontos para assaltar um mercadinho. O roubo teria sido encomendado por um homem de apelido 'Camarão' e, em troca, receberiam R$ 6 mil.

Já o quarto detido, este um menor de idade, disse às autoridades que o grupo iria assaltar um bar. Nenhuma das vítimas respondia a processo.

O adolescente capturado contou aos policiais militares que não tinha envolvimento com facção, mas que os seus três 'comparsas' são do grupo criminoso carioca Comando Vermelho (CV), facção rival à Guardiões do Estado (GDE), que predomina no local do crime.

Quatro pistolas foram apreendidas com 49 munições calibre .40, além de um veículo, dois celulares e drogas

Um dos suspeitos preso disse que comprou uma pistola na internet, no último mês de fevereiro, pelo valor de R$ 5 mil.

Os autores da chacina chegaram no campo Society, na Rua Tambaú, por volta das 20h30. Eles se passavam por policiais civis, usando trajes falsos e um colete à prova de balas.

Testemunhas disseram que, de início, os criminosos renderam 10 pessoas que estavam jogando futebol, afirmando que aquela era uma abordagem de rotina.

Algumas vítimas desconfiaram da abordagem e conseguiram correr. Logo em seguida, os atiradores começaram a efetuar os disparos de arma de fogo e fugiram divididos em dois carros, sendo um Ônix, de cor preta.

Enquanto fugiam, uma viatura da PMCE foi acionada e deu início a perseguição. O quarteto chegou a ultrapassar semáforos vermelhos e disparar contra a viatura. O motorista perdeu o controle do veículo quando colidiu contra um portão, sendo interceptados neste momento.

Um dos suspeitos foi baleado durante a perseguição, levado ao hospital e já teve alta. Outro chegou a fugir, sendo encontrado em um residencial, instantes depois. Este também ficou ferido quando tentou pular de um telhado.

As vítimas mortas na chacina da Barra do Ceará são Estefany da Silva Ribeiro, de 34 anos; Carlos Johnson Viana Ferreira, de 21 anos; Evandro Igor da Silva, 26; e um adolescente de 16 anos, que terá a identidade preservada.

Estefany e Carlos foram atingidos por diversos disparos de arma de fogo e morreram ainda no campo.

Evandro foi socorrido ao Instituto Doutor José Frota (IJF) e o adolescente à UPA do Cristo Redentor. A vítima menor de idade jogava futebol amador e já havia feito testes nas categorias de base de times de futebol de Fortaleza.

Há, pelo menos, um quinto ferido, que sobreviveu ao ataque. A reportagem apurou que um sobrevivente prestou depoimento no 33º Distrito Policial, na Barra do Ceará, na tarde dessa quarta-feira (7), mas não revelou informações relevantes para o caso.

 

Fonte: DN 

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