'Valorização e respeito', pede Segurança Pública de MG em novo protesto

A Praça da Estação, no Centro de Belo Horizonte, mais uma vez foi tomada por servidores da Segurança Pública de Minas Gerais na manhã desta quarta-feira (9/3). A previsão é de chegar até 60 mil manifestantes, caminhando até a Praça Sete.

A categoria pede “valorização e respeito” e pressiona o governo do estado para cumprir o acordo firmado em 2019, que tratava da recomposição salarial das perdas inflacionárias em três parcelas - uma de 13% e duas de 12%.

Servidores da Polícia Militar e Civil, bombeiros, entre vários representantes da categoria, chamam atenção na praça com bombas e carro de som. “Governador Romeu Zema, os policiais civis merecem respeito! Exigimos o pagamento da recomposição das perdas inflacionárias já!”, diz um dos cartazes espalhados pela praça.
Há até mesmo ameaças de paralisação. "Se o Zema não pagar, a polícia vai parar!", gritam os servidores. Eles culpam o governador de Minas, Romeu Zema (Novo), por “não ter palavra” e até mesmo um boneco com a cara do chefe do Executivo estadual foi reproduzida dentro de um caixão.
Aline Risi, diretora da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (COBRAPOL), exige o reajuste. “Nós, desde o início, estamos reivindicando que o governador está nos devendo. Ele firmou conosco um compromisso de 24% de recomposição das perdas inflacionárias. Não é reajuste, não é aumento, é recomposição”, ressalta.
Ela aponta que não houve abertura de diálogo, mesmo tendo a reunião com a secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto, na última quinta-feira (3/3). “[Zema] Não abriu diálogo, tivemos somente uma reunião com a secretária, que não adiantou nada e não houve nenhuma abertura para negociação. Foi só uma reunião para ela dar uma desculpa do por que não dar nossa recomposição das perdas inflacionárias. O governador está inflexível, esperamos que durante esta manifestação abra diálogo para a gente e espero que ele seja mais flexível”, cobra a servidora.

Além da reposição salarial nos termos acordados há quase três anos, as forças de segurança querem que Zema desista de tentar emplacar a adesão de Minas Gerais ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). O plano, pensado pela União para aliviar estados com problemas financeiros, é a esperança da atual administração para renegociar dívida que está em torno de R$ 140 bilhões. Em que pesem as dificuldades no fluxo de caixa, servidores temem prejuízos a carreiras do funcionalismo.
O sargento Marco Antônio Bahia, vice-presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra), ressaltou que as equipes estão desmotivadas e isso pode virar um problema para o governador e os mineiros. "No ultimo final de semana 41 homicídios. Esse número é o maior desde 2003. (BH) significa que o policial está na rua mas não está trabalhando. Estamos desmotivados. Caso não exista negociação efetiva, a expectativa é de piora. Quem paga o preço é a população mineira", afirma.
O deputado Sargento Rodrigues (PTB) esteve também presente na manifestação e criticou o governador. "Nós não vamos recuar, nós vamos mostrar para esse governador que o homem precisa, no mínimo, honrar sua palavra. Nós não podemos deixar o governador achando que estamos apenas marchando aqui, não", disse.

Por volta das 11h15 os manifestantes saíram da Praça da Estação em direção à Praça Sete e pretendem fechar o local. O trânsito do centro da capital deve ser prejudicado. Os servidores subiram para a Avenida Afonso Pena, subiram a Rua da Bahia e caminharam em direção à Praça da Liberdade.
Fonte: Estado de Minas

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